Tenho várias lembranças das olimpíadas, mas uma especialmente me emocionou, pelo esforço, pelo drama de Gabrielle Andersen ao completar a maratona de Los Angeles de 1984. Ná época só curtia o basquete, futebol, vôlei e o resto achava uma chatice. Isso mudou quando assisti essa atleta tentando completar a prova.
Ela estava completamente acabada, boné de lado pingando de tanto suor em um sol de lascar, típico da California. Ela não ganhou nada, nenhum prêmio mas com certeza foi o momento mais sensacional da história das olimpíadas.
Abaixo um vídeo que ela descreve a chegada, está em inglês mas é o único vídeo com boa qualidade do Youtube. Acho que nem precisa saber muito inglês para entender essa guerreira.

imagem: Reprodução/ArquivoPessoal
Hoje, aos 71 anos, ela compete no mountain bike e no esqui alpino (cross country e snowboard), além de ter trabalhado anonimamente durante anos como florista e instrutora de esportes de neve num isolado recanto para turistas, com menos de 2 mil habitantes, numa das mais remotas regiões do noroeste dos EUA. Casada com um americano, Gabriele instalou-se em Sun Valley, em Idaho, que atrai multidões no inverno congelante
Na sua casa, que diz ser grande e espaçosa, onde cria dois gatos himalaia e possui um belo jardim, foi onde ela concedeu esta entrevista.
“Não sei se posso me considerar uma heroína, mas reconheço que aquele se tornou um momento histórico. Era a primeira vez que as mulheres disputavam uma maratona olímpica e isso chamou muito a atenção. Era o momento de provar que nós, mulheres, podíamos competir e, mesmo com alguns problemas, terminar a prova.”
Há quem atribua ao calor o maior problema. Mas a temperatura não estava tão alta naquela manhã de 5 de agosto, por coincidência a mesma data da abertura oficial dos Jogos do Rio. Os termômetros em Los Angeles chegaram a 24 graus no máximo durante a prova.
Also published on Medium.